À frente dos demais condenados, logo atrás do carrasco, Aldous viu Marjorie.
Tinham cortado os seus cabelos muito curtos, quase rentes ao couro cabeludo, deixando falhas. Ela estava excessivamente magra e pálida, com profundas olheiras. Quando passou pela arquibancada, ela parou de caminhar e ergueu os olhos cor de violeta.
O conde sentiu o coração disparar. Vendo que ela estacara, o carrasco pegou-a pelo braço e puxou-a, porém, ela firmou-se e não se moveu.
A multidão gritou, extasiada com o espetáculo. O carrasco agarrou-lhe então as correntes que prendiam seus pulsos e puxou-a com brutalidade, obrigando-a a prosseguir. Marjorie, por sua vez, enquanto caminhava lentamente para a pira, mexeu a boca, como se mastigasse algo. Então, uma vertente abundante de sangue começou a brotar de seus lábios semi abertos.
_Oh, Deus! _ exclamou Aldous, levantando-se.
Nisso, o carrasco voltou-se para a condessa, para verificar o que acontecia. Os demais condenados choravam, apavorados com a morte iminente, ao passo que a platéia gritava com euforia, agitando os braços.
O sangue de Marjorie escorria pelo pescoço, inundando as roupas sujas. O carrasco segurou o rosto dela; a condessa lutou, virou-se para olhar Aldous e cospiu um pedaço de carne ensanguentada no chão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário