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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A prisão dos templários

No meio da tarde, o soldado retornou aturdido, contando que testemunhara a prisão dos templários pelos guardas do Rei.

Disse ele ter visto o Guarda Selos, Guillaume de Nogaret, acompanhado de um pequeno exército que foi cercar e prender todas as pessoas que estavam dentro dos muros do donjon. Disse o guarda que o Grão-Mestre da Ordem do Templo, Jacques de Molay, saiu para conversar com o Guarda Selos e que trocaram os dois algumas palavras, mas que Nogaret, com seu rosto ossudo diabólico, elevara a voz, aparentemente lançando injúrias contra o velho templário. Em seguida, os soldados avançaram por sobre Jacques, desarmado, e o prenderam com correntes. Depois, retornaram para dentro do palácio do Templo, de onde ninguém mais saiu por horas a fio.

Mais tarde, outros soldados levaram templários as dezenas, acorrentados e humilhados, atirados em carroças como se fossem criminosos, para dentro do donjon. O Rei Filipe houvera transformado a fortaleza do Templo em sua própria prisão, levando para lá os piores carrascos que poderia haver: Nogaret e Guillaume de Paris.

_E isso foi tudo o que vi, monsieur _ afirmou o soldado, muito abalado. E quis ele saber _Por que aquilo aconteceu, monsieur? São homens santos!

Aldous desviou o olhar do soldado, sentindo o coração apertar de revolta. Respondeu ele:

_O Rei os acusou de heresia.

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