Sentada numa poltrona a beira da cama, Isabelle trançava mecanicamente a mecha que se soltara dos cabelos presos. Edward, seu esposo, sentara-se no leito, do lado oposto, segurando uma carta numa mão e uma lamparina em outra. De tempos em tempos, deixava escapar uma risadinha que lhe sacudia os ombros brancos e magros... A rainha nem precisou fazer esforço para saber que decerto, se tratava de uma mensagem de seu amante, o exilado e odioso gascão Piers de Gaveston.
O estômago revirou-se e ela sentia como se murchasse dia a dia. Cansada como estava, preferiu voltar os olhos para o lado, imersa numa angústia tamanha que a fazia desejar jamais ter existido. Que coisa boa devia fazer parte do "nada"...
Com pensamentos amargos, a rainha puxou uma finíssima mecha da trança que havia feito e passou a enrolá-la, sem parar, porém vagarosamente. Os olhos muito azuis, estavam agora apagados pela falta de esperança.
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